quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Retrato Possível e Concerto Triangular


Retrato Possível e Concerto Triangular
Andrea Brandão / João Ferro Martins
11 e 12 Novembro às 22h00
ENTRADA LIVRE, limitada a 45 lugares

Retrato Possível e Concerto Triangular
Este evento tem por intenção, reunir dois trabalhos que, embora diferentes na formalização, partilham no seu processo a mesma génese: a construção de um objecto por acumulação. Trata-se de enunciar um terceiro objecto, simultâneo. “Retrato Possível”, performance de Andrea Brandão e “Concerto Triangular”, improviso para percussão de João Ferro Martins.

Diferentes modos de nos apresentarmos como ponto de partida, um possível, intermédio entre a nossa essência e a nossa exterioridade, Persona pela qual nos apresentamos. O gesto de vestir é repetido na acção. E com o mínimo desvio à normalidade transforma-se numa nova realidade. Uma espécie de homem contemporâneo invisível. Formas de fazer e agir, em função de um conjunto de imagens que nos vão sendo fornecidas. O ser humano cria o mundo (cultura), esta difunde-se e regressa de novo ao ser humano. Modos de ver e modos de operar. Coleccionamos, transformamos, agrupamos, acumulamos, dispersamos, evocamos, carregamos, herdamos
e perdemos. A construção de uma narrativa também subjectiva, baseada num vasto mapa de referências. Um atlas intuitivo e pessoal, possivelmente partilhado. A sua estrutura inclui espaço para que esta evolua sempre para um resultado aberto e livre de sentidos nas sucessivas imagens que nos revela. A sua duração não é pré-determinada mas sim a necessária de acordo com a imagem que quer emergir na acção performativa de “Retrato Possível”.
“Concerto Triangular” é um solo de percussão improvisado que pretende alcançar através da técnica a noção multi-instrumentista, resultando na consequente aglutinação de enumeras frases rítmicas. É uma obra que parte do silêncio, ascendendo à massividade dos volumes sonoros. Este processo pretende evocar um estado de transe inconstante, onde o som é passível de ser explorado nas suas distintas dimensões, ou ser tomado simplesmente como uma massa compacta de ritmos, sibilâncias e harmónicos.
A ambiência desta obra, de estrutura e instrumentação mínima, pretende evocar o espírito ritual dos grupos de percussão oriental adaptando-se de forma simples à métrica imposta pela tecnologia. O sistema de padrão contínuo, forçado, em última análise replica a estrutura ancestral das sonoridades que influenciaram vivamente o Serialismo. Tem uma duração elástica, uma vez que a peça embora estruturada, está em constante evolução. O produto é criado durante o processo de execução, usufruindo assim da inconstância espaço temporal característica de cada momento.


Possible Portrait and Triangular Concert
This event has the intention to bring together two works, which although different in terms of form, share the same origin in their process: the construction of an object throughout accumulation. The purpose is to enounce a third object, simultaneously. "Possible Portrait ", performance by Andrea Brandão and "Triangular Concert", improvisation for percussion by
João Ferro Martins.

Different ways of presenting ourselves as a starting point, a possible
one, between our essence and our exteriority, Persona in which we present ourselves. The gesture is repeated in the dressing action. And the slightest deviation to normality becomes a new reality. A kind of invisible contemporary man. Ways of doing and acting according to a set of images that are being provided. The human being creates the world (culture) that spreads around and returns to him. Ways of seeing and operating modes. We collect, transform, cluster, accumulate, scattered, evoke, we carry, inhered, and lose. The construction of a subjective narrative based on a vast map of references A personal and intuitive atlas, possibly a shared one. Its structure includes space for that it can evolve to an open and free result in the constant images that are being revealed to us. As so, there is not a pre-set duration time for the presentation, but the one that is required by "Possible Portrait " performance piece.
“Triangular Concert” is an improvisation percussion solo aiming to achieve, throughout technique, the notion of multi-instrumentalism, resulting in the subsequent agglutination of countless rhythmic phrases. It is a work that has its starting point on silence and grows to massive sound volumes. This process is intended to evoke a state of fickle trance, where the sound is possible to be explored in it's multiple dimensions, or be taken simply as a compact mass of rhythms, wheezing and harmonics.
The ambiance of this work, of minimum structure and instrumentation, evokes the ritualistic spirit of eastern percussion groups, adapting in a simple way to the metric imposed by technology. The system of continuous pattern, imposed, ultimately replicating the structure of ancient sounds that strongly influenced Serialism.
It has an elastic duration, since the play although structured, is constantly evolving. The product is created during the performance process,
taking advantage of space-time variability characteristic of each
specific moment.



NOTAS BIOGRÁFICAS
Andrea Brandão nasceu em Vila Nova de Gaia a 1976. Licenciou-se em Design Industrial na Faculdade de Arquitectura de Lisboa e estudou Artes Plásticas no Ar.Co.
A sua formação complementar nas artes performativas tem vindo a ser feita em workshops com artistas portugueses e estrangeiros. Em particular as aulas de dança com Sofia Neuparth, bolsa danceWeb Europe no âmbito do Festival Impusltanz 07 Viena e as residências de investigação “Case Study” (atelier Re.al) com João Fiadeiro. Participou em vários festivais e exposições colectivas, nomeadamente: o Reheat festival (VIE), a Exposição colectiva
Pôr a par, Espaço Avenida e Decrescente Fértil, Plataforma Revolver (PT); na mostra Jovens Criadores 06, Montijo; exposição Anteciparte 09, Museu do Oriente; Exposições individuais: “um outro Mundo”, instalação, Kunstraum n5, Viena (apoio Instituto Camões) e “Construção”, no âmbito da EXD design Bienal, Lisboa 09. Com o colectivo MESA, desenvolve “sobre quatro pés, um plano horizontal” apresentado no contexto temático, “biografias” no Teatro Maria Matos. Desenvolve trabalho na área do desenho, performance, instalação e intervenção artística. O seu trabalho explora uma noção de «processo», procurando testar os limites de definição e de materialização da obra. Actualmente trabalha e vive em Lisboa.

João Ferro Martins nasceu em 1979 em Santarém. Frequentou na E.S.A.D. Caldas da Rainha o curso de Artes Plásticas onde dá início ao seu trabalho em pintura, desenho e fotografia. Reside em Lisboa desde 2003 onde a sua obra ganha presença tridimensional, sonora e também performativa. Participou em diversos eventos dos quais se destacam; “Jack presents” BESart, BES Arte & Finança, Lisboa, “Vestígio”, Pavilhão 27, Hospital Júlio de Matos, Lisboa, “A secreta vida das palavras”, Centro de Artes de Sines, Sines, “Bosch Young Talent Show (BYTS)”, Academy for Art and Design AKV s-Hertogenbosch, the Netherlands, “Correspondência #1, Luísa Cunha/ João Ferro Martins, Arte Contempo, Lisboa, “7 Artistas ao 10º Mês”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, entre outros. Com o colectivo A kills B formado em 2007 participa em eventos como; Jack presents / Group Show, Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural de Lisboa, “Now Jump”, Nam June Paik Art Center, Coreia do Sul, “3º Prémio de Pintura Ariane de Rothschild”, Lisboa, entre outros.
Embora faça uso dos meios tradicionais de expressão, o seu trabalho não tem fronteiras técnicas ou formais e a sua pesquisa caminha paralelamente com este esforço, no sentido de atingir o melhor formato para as suas ideias.

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